quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Projeto social oferece cultura em Tibiriçá

Aulas de música, teatro, coral e dança são algumas das atrações que dão vida ao distrito


Ariádne Mussato
Clara Tadayozzi
Mariane Arantes
 


Fachada da sede do projeto que envolve crianças e jovens no distrito
(Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
Tibiriçá é um distrito do município de Bauru (SP). Com população de aproximadamente 1500 habitantes, localiza-se a pouco mais de 20 quilômetros da região central da cidade. O distrito, embora consideravelmente pequeno e pouco conhecido, oferece serviços de educação, saúde, segurança, lazer e serviço social.
 
O subprefeito de Tibiriçá, Armindo da Silva Azevedo, que está no cargo há pouco mais de um mês, considera o distrito bem atendido e enumera os serviços oferecidos: "Você tem aqui uma creche modelo, você tem um projeto que é ligado a essa creche, junto, no mesmo prédio, acho excelente; você tem um posto de saúde, com uma ambulância boa; você tem um posto policial, você tem o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), serviço social junto ao CRAS, (...) as secretarias da prefeitura, a Secretaria do Bem-Estar Social (SEBES), a Secretaria das Administrações Regionais (SEAR), que somos nós; você tem a SAGRA, que é da agricultura; um correio, uma escola boa". Quando indagado sobre o projeto vinculado à creche, ele fez questão de acompanhar o EntreBairros até lá, para que uma pessoa envolvida pudesse explicar melhor o seu funcionamento.
 
 

A escola pública de Tibiriçá oferece educação até o Ensino Médio (Foto: Ariádne Mussato)



Toda a população é atendida pelo posto de saúde do distrito (Foto: Clara Tadayozzi) 
 

A harmonia do distrito garante tranquilidade à Polícia Militar (Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
O projeto sociocultural, existente desde 2012, acontece no mesmo local e em paralelo às atividades da creche, que existe há quase cinquenta anos. Oficinas de teatro, música, coral, educação social, dança e esporte são ministradas a crianças e jovens de Tibiriçá, englobando uma faixa etária que vai desde os três até os 15 anos e totalizando uma quantidade de 130 participantes. As atividades são gratuitas.
 
As aulas ocorrem todos os dias, no contraperíodo escolar. Em vista disso, são servidas, gratuitamente, refeições diárias aos alunos – café da manhã e almoço para os que frequentam pela manhã, e almoço e lanche para os que vão no período da tarde.
 
A participação no projeto não é uma obrigatoriedade: há aqueles que manifestam espontaneamente o desejo de participar, mas também há casos em que a criança acaba participando por não ter com quem ficar – a exemplo das crianças cujos pais trabalham o dia todo.
 
O projeto consiste em uma interessante iniciativa de formação cultural no distrito e é sustentado economicamente pelo convênio mantido com a SEBES, além de receber doações de pessoas da comunidade e arrecadar verbas com a realização de eventos.
 
Os alunos costumam apresentar o que aprendem nas oficinas em ocasiões específicas, organizadas juntamente com o CRAS. Ademais, realizam apresentações na escola e também em outras cidades - nessas situações, o agendamento é feito pelos responsáveis pelo projeto e o transporte é solicitado na Secretaria da Educação, com a qual é estabelecida uma parceria.
 
A assistente social envolvida no projeto há quase dois anos, Rita de Cássia, ao comentar sobre mudanças nas crianças que participam das atividades, diz: "Ah, com certeza. Muitas! A questão de comportamento, a questão de interesse, porque quando começou com o teatro, muitos falavam que não queriam, que não gostavam, e hoje não, a gente vê o interesse deles, de estarem fazendo a oficina; inclusive, a gente tem alguns adolescentes que participam do teatro em Bauru; eles fazem aula lá pra complementar".
 

No mesmo estabelecimento da creche, ocorrem as atividades do projeto
(Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
Uma das salas nas quais são conduzidas as oficinas culturais (Foto: Clara Tadayozzi)

 
Tibiriçá pode ser afastado da zona urbana de Bauru, porém, não deixa de ser um bom lugar para se viver. Muito embora alguns possam considerar como distante, pequeno e sem oportunidades, o distrito tem base sólida e infraestrutura definida. Luís Campo, de 81 anos, nasceu e foi criado em Tibiriçá, e quando questionado sobre o seu apreço pelo local, é taxativo: "Não troco por nada no mundo!". Sobre a qualidade de vida, comenta ainda: "Muito boa. Não tem do que reclamar aqui".
 
 
Luís Campo e sua esposa, Terezinha Campo, adoram Tibiriçá (Foto: Ariádne Mussato)

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