sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Higienópolis e sua vocação para a diversidade cultural


Beatriz de Lima
Gabriella Soares

A dinâmica estrutural da região do Higienópolis, em Bauru, demonstra o respeito que o próprio bairro e seus moradores têm por outras culturas. A diversidade está presente de diversas formas na região, como nas homenagens a povos imigrantes que são consideradas características marcantes do bairro. Dois dos exemplos mais representativos disso são o Edifício Brasil-Portugal e a Praça República do Líbano, que é uma referência às colônias libanesas na cidade de Bauru. Talvez um dos pontos que mais comprovem a vocação do bairro para a diversidade cultural seja o SESC, ou sua programação. A instituição promove diversos eventos que não só colocam em foco outras culturas – regionais ou mundiais – como também estimulam o respeito às mesmas.


Praça do Líbano em homenagem à colônias do país em Bauru (Foto: Éder Azevedo)


A cultura indígena também é uma vertente que está muito presente dentro do Higienópolis. A presença de instituições federais e civis com grande influência no local, como a Funai e a ONG em desenvolvimento ARACI (Associação Renascer o Apoio a Cultura Indígena) proporciona aos indígenas e às questões relativas a eles um crescente protagonismo.

A sede da Administração Executiva Regional da Funai do Oeste Paulista localizou-se durante oito anos no bairro, na rua Xingu. Durante a sua presença no Higienópolis, a Funai tinha grande importância regional. Atendia todo o Estado de São Paulo e até mesmo regiões de estados vizinhos, como Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.

Em março de 2012, ocorreu uma reestruturação das sedes da Funai no estado e a Administração Regional foi transferida para Itanhaém, no litoral paulista. Bauru ainda conta com uma sede da Funai, mas apenas como uma Coordenadoria Técnica Local, localizada em um prédio público no Centro da cidade.

A Universidade do Sagrado Coração (USC) também fica no bairro e representa um polo educacional e cultural importante em Bauru. A ARACI, organização montada pelo estudante de História da USC, Irineu Nje’a, nasceu da necessidade vista pelo estudante indígena, da etnia Terena, de conscientizar e expandir a cultura dos povos nativos brasileiros no meio educacional. O desenvolvimento da organização se deu com o objetivo de “fortalecer a cultura local, Kaingang, a cultura regional, presente na reserva indígena do Araribá, promover palestras para os alunos de escolas públicas de Bauru, e cursos de capacitação indígena para os professores da rede, promovendo a difusão das culturas indígenas em Bauru e no Brasil”, diz Irineu Nje’a, fundador da ONG.


Irineu N'jea na Praça Kaingang, um tributo aos povos indígenas no Centro de Bauru (Foto: Gabriella Soares)


A ONG ARACI, que agora conta com sede própria na Estação Cultural da antiga estação ferroviária da cidade, destaca o apoio da Secretaria de Cultura de Bauru para a oficialização da ONG e para a concepção de projetos futuros, como a montagem de uma biblioteca voltada à temática indígena.

No mês de agosto inclusive, em comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas (09), um evento educativo trouxe da Reserva Araribá dança e cultura das tribos Terena e Guarani, presentes em Bauru. O evento foi nomeado o Primeiro Agosto Indígena da cidade e a intenção é que seja promovido anualmente.

Ainda neste ano, no dia 25 de setembro, ocorre uma exposição fotográfica organizada pela ARACI na Reserva Araribá. Nesse evento, a fotógrafa Aline Maff retrata o indígena atual e marca a inauguração oficial da organização não governamental. A exposição começa às 20h, e acontece no Centro Cultural da Estação Ferroviária.


Membros da etnia Terena (SP) apresentam a dança do Kipae no evento Agosto Índigena de Bauru
(Foto: ARACI)

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Revitalização no Centro

Habilidade no corpo / rima na ponta da língua /
spray de tinta na mão // Hip Hop faz espaço do centro
ser cultura e educação //


Bianca Moreira
Giovana Murça
Pedro Maziero
Wesley Anjos

DJ, Graffit, MC e Breaking: os quatro elementos do hip hop brilham na antiga estação (Foto: Bianca Moreira)


No dia 16 de agosto, organizadores, rappers, breakers, a frente feminina de hip hop e grafiteiros se reuniram na antiga estação ferroviária para dar o toque final ao espaço que seria inaugurado na semana seguinte: a Casa do Hip Hop de Bauru. Mesmo antes de sua abertura, quem passou por lá, seja para ajudar, cantar, dançar ou assistir ao evento, pôde conferir várias atrações que serviram de prévia das atividades que hoje já estão acontecendo nesse espaço cultural. Entre as apresentações, destacaram-se a do grupo de rap Fábrica 13, do grupo de dança Bauru Breakers Crew e a instalação da biblioteca móvel Quinto Elemento.


O belo artístico do Hip Hop traz a crítica ao sistema e às desigualdades sociais  (Foto: Bianca Moreira)


A escolha do espaço que sediaria a Casa do Hip Hop não foi feita à toa: somou-se a reivindicação dos grupos articuladores do hip hop em Bauru à necessidade da prefeitura de revitalizar um espaço público que se encontrava marginalizado. A antiga estação ferroviária localiza-se no centro da cidade, um dos bairros mais antigos. Sua inauguração foi em 1906, com a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Em 1996, a Noroeste deixou de transportar passageiros e o espaço ficou abandonado. Em 2010, a estação foi comprada pela prefeitura, mas continuou ocupada por moradores de rua e usuários de drogas.


Exploração da música traz crítica social após luta pela conquista do espaço (Foto: Bianca Moreira)


Por trás dessa inauguração, há uma luta de mais de 20 anos. A agente de cultura Jaqueline Gomes conta essa história: "todos esses anos, a administração sempre apoiou o hip hop, e como até hoje a gente tem metas e tem projetos, a gente sabe o quanto é importante esse trabalho junto às pessoas que não têm acesso a tanta música. Então, o quanto é importante esse nicho, essas pessoas, esses bboys, esses rappers, esses grafiteiros, o quanto é importante eles estarem nesse espaço".


Paredes da antiga estação ganham vida e revelam as raízes da arte urbana. (Foto: Bianca Moreira)


A realidade apontada pela frente feminina de hip hop de Bauru já mostra outra perspectiva: "Na verdade, não há incentivo governamental, é mais nosso, do próprio movimento. A gente faz, a gente quer, então a gente vai atrás. O espaço foi liberado com muita luta", assegura Luana Nayara, integrante da frente, ao explicar a importância do espaço: "É pra vizinhança, pro filho do 'mano' que está ali, pra mostrar a sua dança, o seu grafite. O Hip Hop prega pra gente o sentimento. Ele agrega para nós muita história. Quando a gente conhece o Hip Hop aqui, conhece esse espaço cultural que vai oferecer outro mundo, trazer muito conhecimento".


Beatriz Benedito, Jéssica Nascimento e Luana Nayara representam a Frente Feminina de Hip Hop
(Foto: Bianca Moreira)


A Frente Feminina de Bauru de Hip Hop surgiu em 2012 em uma conversa informal, contando, ainda em 2013, já com 13 membros, que buscam a representatividade feminina no meio do Hip Hop. Segundo MC Maloca, as mulheres são bem recebidas no meio, admiradas por sua coragem para estar lá: “Vai ter uns perrê que vai tentar te barrar daquilo que você quer, mas se você ter coragem e ser forte, mano, é cara e coragem: se você prosseguir, já era”. 


“Não só no rap, como em qualquer gênero de música, qualquer tipo de arte, a mulher é importante”
(Foto: Bianca Moreira)


A Casa do Hip Hop de Bauru não é meramente um espaço de cultura – vai além. Na prestação de serviços à comunidade local, oferece também oportunidades de educação e prática esportiva: desde ensaios de rap, passando por aulas de Kickboxing – prática semelhante ao muay thai – e até mesmo um cursinho pré-vestibular popular, o “Acesso Hip Hop”, que iniciou suas atividades no último dia 08, contemplando vinte e cinco alunos e os preparando para o ingresso na Universidade. Oficinas são, também, frequentemente realizadas, e proporcionam um primeiro contato do jovem com diversas áreas: DJ, produção de vídeo digital e o rap.


Mais do que gingado, breaking é uma linguagem corporal que carrega a história das ruas
(Foto: Bianca Moreira)

Anhanguera ainda não descobriu o Parque São Geraldo

Embora ofereça 32 cursos superiores, faltam projetos de extensão universitária, segundo a associação dos moradores.
 

Ana Laura Essi
Maria Clara Novais
Yuri Ferreira
 
A alameda Flor do Amor é o pólo comercial da região, onde se localiza o único mercado de grande porte (Foto: Maria Clara Novais)
 
 
Localizado na região norte de Bauru, o Parque São Geraldo é um bairro predominantemente residencial. O que há de comércio se concentra em sua avenida principal: a alameda Flor do Amor, onde se situa o único posto de saúde. A região abriga, ainda, a Base Norte da Polícia Militar, duas instituições de ensino público e a Faculdade Anhanguera. Apesar da ausência de atividade industrial, há uma grande quantidade de oficinas mecânicas, que movimentam as chamadas alamedas do bairro.
 
Embora conte com duas instituições de ensino público – uma de ensino fundamental e outra de fundamental e médio – o São Geraldo carece de escolas para atender a demanda de alunos com menos de cinco anos. Há apenas duas creches em funcionamento com grande fila de espera, segundo Lourdes Martineli, presidente da associação de moradores.


A Associação de Moradores tem sede própria e representa a população do bairro (Foto: Maria Clara Novais)


Lourdes conta ainda que a sua função é melhorar a qualidade de vida dos moradores e atender as pessoas carentes por meio de projetos sociais. Dentre eles, estão os projetos de capoeira, dança de salão, aulas de zumba e defesa pessoal, todos muito procurados pela população do bairro e arredores. Aos moradores é oferecido um salão, usado para festas e reuniões.
 
Além dos projetos, são realizados eventos para a comunidade. Chás beneficentes, bingos, bailes da terceira idade e, anualmente, as festas do Dia da Criança e do Natal, quando são oferecidos lanches, refrigerantes e brinquedos. Esses encontros já fazem parte da agenda social do São Geraldo. A divulgação é feita por meio de faixas e cartazes fixados pelas ruas.
 
 
A regional presta assistência a 29 bairros da região (Foto: Maria Clara Novais)
 
 
A Secretaria Regional do Parque São Geraldo procura, em conjunto com as outras quatro secretarias administradas pela Secretaria de Administração das Regionais (SEAR) – Bela Vista, Tibiriçá, Jardim Redentor e Vila Falcão – melhorar as condições de vida de seus moradores. O diretor regional, Antônio José Schiavo, afirma que a sua função é observar os problemas enfrentados pelos moradores e notificar as instituições responsáveis. Ele ainda destaca que as principais reclamações são a respeito da condição do asfalto, que são logo atendidas pela Regional, que possui um caminhão para fazer o reparo das vias.
 
 
A Nações Norte é importante na ligação com a avenida Moussa Tobias, a principal via da região
(Foto: Maria Clara Novais)

 
Há mais de quatro anos, no dia 18 de junho, foi inaugurada a avenida Nações Norte. Segundo o secretário regional do bairro, Antônio José Schiavo, a via ajuda bastante no escoamento do trânsito, o que beneficia os moradores da região, embora ainda falte infraestrutura para a abertura de novas ruas.
 
Devido à ausência de construções nas margens da avenida, a segurança se torna um problema. Casos de assalto não são raros no local, muito usado para caminhadas, destaca a presidente da associação de moradores.

A Faculdade Anhanguera foi inaugurada há 11 anos e oferece mais de 30 cursos (Foto: Maria Clara Novais)


No começo da avenida principal do Parque São Geraldo, situa-se a Faculdade Anhanguera, a qual, segundo Schiavo, beneficia a região ao atender os jovens que moram ali. Contudo, existe o outro lado da moeda: a faculdade não desenvolve projetos sociais junto à comunidade. Ao ser questionada sobre o assunto, Lourdes afirma que propostas já foram discutidas e até combinadas em reunião com a associação de moradores, mas nada foi concretizado. Ela sugere parcerias da faculdade com o posto de saúde e na educação infantil complementar, para que as crianças não fiquem na rua no período oposto ao das aulas. Lourdes considera essa sugestão muito plausível, visto que a unidade de ensino oferece cursos nas áreas da Saúde e Educação.

Centrinho é exemplo de atendimento e ensino de qualidade

O Hospital de Reabilitação é modelo pelo atendimento e desenvolvimento tecnológico


Camila Nakazato
Larissa Cavenaghi
Maiara Freitas

Entrada do hospital na rua Silvio Marchione (Foto:Camila Nakazato)


O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais foi fundado em 24 de junho de 1967, na Vila Universitária, com o objetivo de oferecer tratamento reabilitador a pessoas com malformações craniofaciais. A partir dos anos oitenta, passa a atender também na área da saúde auditiva. Hoje, contando com mais de 660 profissionais, é nacionalmente reconhecido pela tecnologia usada nos tratamentos e pelo desenvolvimento de um avançado sistema de reintegração dos pacientes à sociedade.
 
Além de funcionar como um renomado hospital cirúrgico, o Centrinho também atende à área de ensino e pesquisa. Por localizar-se dentro do câmpus de Bauru da Universidade de São Paulo (USP), oferece aos estudantes de lá, 18 programas de ensino, todos gratuitos. Esses programas buscam formar profissionais altamente qualificados para o ensino, pesquisa e assistência em saúde e abrangem, portanto, uma área bem ampla que inclui mestrados, doutorados, especializações, atualizações, aprimoramento profissional, práticas profissionalizantes e residências médicas.
 
 
O hospital oferece ajuda para capacitar profissionalmente os pacientes ligados ao Centrinho
(Foto: Camila Nakazato)


 Hoje, já são mais de 238 os alunos matriculados, e 1185 os mestres, doutores e especialistas formados pelo seu sistema de ensino. Projetos de pesquisa e intercâmbio com instituições de ensino do exterior reforçam sua vocação científica, e ações em telessaúde ampliam as possibilidades de educação, pesquisa e assistência à distância.
 
Desde sua fundação, o hospital Centrinho já atendeu mais de 100 mil pacientes de todos os estados do país. Desses, aproximadamente 5 mil são pacientes da comunidade de Bauru, o que retrata sua estrita relação com a população local, incluindo os moradores do bairro Vila Cidade Universitária, onde está instalado. A fonoaudióloga e chefe técnica de Serviços Complementares do Hospital, Sílvia Helena Piazentin explica: oferecemos serviços médico-hospitalares à população do município e da região em áreas cuja demanda é grande e os recursos, escassos. Por meio de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, disponibilizamos procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos, exames e avaliações nas áreas de otorrinolaringologia, radiologia odontológica, genética e fonoaudiologia à população”.
 
100% dos serviços são oferecidos pelo SUS (Foto: Camila Nakazato)
 
 
Ainda de acordo com a médica, a agenda e a parte estrutural do hospital são gerenciadas pelo Departamento Regional de Saúde do Estado de São Paulo (DRS-VI Bauru) e pela Secretaria Municipal de Saúde de Bauru. Dessa maneira, com 100% dos serviços oferecidos pelo SUS, o Centrinho consegue auxiliar tanto os órgãos públicos de saúde quanto a população.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Uma Vila bem mais que Industrial


Amanda Casagrande
Karina Francisco
Sofia Hermoso



Rua Salvador Filardi é um corredor comercial que da certa autonomia ao bairro (Foto: Sofia Hermoso)
 
 
O bairro Vila Industrial é um dos mais antigos de Bauru. Por ser afastado do Centro da cidade, é marcado por um forte comércio local que abastece as necessidades mais cotidianas de seus moradores. São pequenos empreendedores com suas padarias, farmácias, mercados, bares e papelarias que caracterizam as principais ruas do bairro, como as ruas Salvador Filardi e Bernardino de Campos, e as avenidas Maria Ranieri e Elias Miguel Maluf. As vantagens desse comércio são a circulação de dinheiro dentro do bairro e da cidade e a geração de empregos. Há também postos de saúde e o Hospital Manoel de Abreu, que atende toda a região. Logo será inaugurada uma unidade básica de saúde, adianta Daniel Cavalcanti, assessor da subprefeitura.
 
 

A Administração Regional da Vila Industrial e região foi reaberta há alguns anos (Foto: Sofia Hermoso)

 
 A subprefeitura tem a função de monitorar a região e receber reclamações locais. Isso aumenta a eficiência e agilidade dos trabalhos voltados para melhoria e manutenção do bairro, além de facilitar a relação do morador com a Prefeitura. Atende cerca de 200 mil pessoas, que vivem em bairros como Vila Falcão, Vila Industrial, Santa Cândida e Granja Cecília, entre outros. Quase todas as ruas do bairro Vila Industrial estão asfaltadas, uma melhoria muito aguardada, era a maior reivindicação dos moradores nos últimos 10 anos. O maior problema do bairro relaciona-se à falta de água decorrente do racionamento provocado pela seca de 2014 em todo território nacional.
 
 
Daniel Cavalcanti, assessor e responsável pela Regional Falcão-Industrial (Foto: Sofia Hermoso)


O assessor regional, Daniel Cavalcanti, relata que houve uma grande reforma na regional em função de suas próprias necessidades como cadeirante. A acessibilidade tem merecido atenção não só no bairro, mas também em toda a cidade. Daniel também ressalta que um fato curioso do bairro é que, apesar do nome, lá não há indústrias, é um bairro residencial. Há um frigorífico e um galpão de abastecimento de grãos do estado de São Paulo que também movimentam a economia regional.
 

A praça Seicho é uma das várias da Vila Industrial que oferecem opções de lazer à população
(Foto: Sofia Hermoso)

 
O bairro é caracterizado por residentes mais idosos, aposentados e famílias de classe média e classe média baixa, sendo tranquilo e seguro. Estão sendo implantadas academias ao ar livre em algumas praças, em uma outra há a pista de skate e, para completar, há o estádio Alfredo de Castilho, do time de futebol Noroeste e o Complexo de Atletismo Alcides dos Santos Gonçalves, o antigo “Milagrão”.
 
Os moradores compartilham uma página comunitária nas redes sociais, onde mostram as melhorias e denunciam os problemas, promovendo a interação dos moradores. Este é o link: https://goo.gl/Lh9Rhs

A meia hora do centro, Mary Dota é um bairro seguro


Lorenzo Santiago
Matheus Araújo
Ricardo Neto

O bairro Mary Dota fica na zona norte da cidade de Bauru. Foi criado há cerca de 25 anos com o intuito de ser um núcleo habitacional. Hoje, além de ser o maior bairro da cidade de Bauru, é considerado o maior núcleo habitacional da América Latina, com cerca de 15 mil habitantes. Apesar disso, a região conta com apenas uma Delegacia de Polícia, que atende não só o Mary Dota, como também o Parque Mendonça e o Jardim Silvestri. A respeito disso, o oficial de polícia Everton Santos afirma que “o bairro é considerado o mais seguro de Bauru, aquele que menos ocorrências tem, e o que menos recebe reclamações”. “Na última pesquisa realizada pelo JC, nós fomos os últimos em assaltos e denúncias”, conta o policial.
 
 
Talvez por ser um bairro residencial, é um dos mais seguros de Bauru (Foto: Ricardo Neto)
 
 
Já no quesito saúde, não se pode dizer o mesmo. Na região há apenas uma UPA e um posto médico, instalados lado a lado. São poucos os médicos que atendem na UPA e a principal reclamação daqueles que precisam de atendimento é em relação à demora e à espera, apesar do número de pacientes costumar ser pequeno. Jaime de Almeida, por exemplo, é morador do Mary Dota há 15 anos e disse, ao EntreBairros, que estava há quase duas horas na fila para ser atendido, sendo que havia somente 12 pessoas em sua frente na lista de espera. Ambas essas instituições atendem também aos bairros que estão nos arredores e que não contam com pronto atendimento. No âmbito educacional, há no bairro apenas duas escolas, sendo que somente uma delas oferece o ensino médio.
 

Bairro tem sua UPA, mas o número de médicos ainda é insuficiente (Foto: Ricardo Neto)

 
O comércio na região é predominante na principal avenida, a avenida Marcos de Paula Raphael, onde são encontrados pequenos serviços como lojas, farmácias e mercados, sendo o supermercado Confiança o maior estabelecimento. Grande parte da mão de obra era absorvida pelo frigorífico Mondelli, que hoje opera com um número pequeno de funcionários, segundo os comerciantes locais.

 
A maior parte dos estabelecimentos comerciais se concentra na avenida Marcos de Paula Raphael
(Foto: Ricardo Neto)

Projeto social oferece cultura em Tibiriçá

Aulas de música, teatro, coral e dança são algumas das atrações que dão vida ao distrito


Ariádne Mussato
Clara Tadayozzi
Mariane Arantes
 


Fachada da sede do projeto que envolve crianças e jovens no distrito
(Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
Tibiriçá é um distrito do município de Bauru (SP). Com população de aproximadamente 1500 habitantes, localiza-se a pouco mais de 20 quilômetros da região central da cidade. O distrito, embora consideravelmente pequeno e pouco conhecido, oferece serviços de educação, saúde, segurança, lazer e serviço social.
 
O subprefeito de Tibiriçá, Armindo da Silva Azevedo, que está no cargo há pouco mais de um mês, considera o distrito bem atendido e enumera os serviços oferecidos: "Você tem aqui uma creche modelo, você tem um projeto que é ligado a essa creche, junto, no mesmo prédio, acho excelente; você tem um posto de saúde, com uma ambulância boa; você tem um posto policial, você tem o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), serviço social junto ao CRAS, (...) as secretarias da prefeitura, a Secretaria do Bem-Estar Social (SEBES), a Secretaria das Administrações Regionais (SEAR), que somos nós; você tem a SAGRA, que é da agricultura; um correio, uma escola boa". Quando indagado sobre o projeto vinculado à creche, ele fez questão de acompanhar o EntreBairros até lá, para que uma pessoa envolvida pudesse explicar melhor o seu funcionamento.
 
 

A escola pública de Tibiriçá oferece educação até o Ensino Médio (Foto: Ariádne Mussato)



Toda a população é atendida pelo posto de saúde do distrito (Foto: Clara Tadayozzi) 
 

A harmonia do distrito garante tranquilidade à Polícia Militar (Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
O projeto sociocultural, existente desde 2012, acontece no mesmo local e em paralelo às atividades da creche, que existe há quase cinquenta anos. Oficinas de teatro, música, coral, educação social, dança e esporte são ministradas a crianças e jovens de Tibiriçá, englobando uma faixa etária que vai desde os três até os 15 anos e totalizando uma quantidade de 130 participantes. As atividades são gratuitas.
 
As aulas ocorrem todos os dias, no contraperíodo escolar. Em vista disso, são servidas, gratuitamente, refeições diárias aos alunos – café da manhã e almoço para os que frequentam pela manhã, e almoço e lanche para os que vão no período da tarde.
 
A participação no projeto não é uma obrigatoriedade: há aqueles que manifestam espontaneamente o desejo de participar, mas também há casos em que a criança acaba participando por não ter com quem ficar – a exemplo das crianças cujos pais trabalham o dia todo.
 
O projeto consiste em uma interessante iniciativa de formação cultural no distrito e é sustentado economicamente pelo convênio mantido com a SEBES, além de receber doações de pessoas da comunidade e arrecadar verbas com a realização de eventos.
 
Os alunos costumam apresentar o que aprendem nas oficinas em ocasiões específicas, organizadas juntamente com o CRAS. Ademais, realizam apresentações na escola e também em outras cidades - nessas situações, o agendamento é feito pelos responsáveis pelo projeto e o transporte é solicitado na Secretaria da Educação, com a qual é estabelecida uma parceria.
 
A assistente social envolvida no projeto há quase dois anos, Rita de Cássia, ao comentar sobre mudanças nas crianças que participam das atividades, diz: "Ah, com certeza. Muitas! A questão de comportamento, a questão de interesse, porque quando começou com o teatro, muitos falavam que não queriam, que não gostavam, e hoje não, a gente vê o interesse deles, de estarem fazendo a oficina; inclusive, a gente tem alguns adolescentes que participam do teatro em Bauru; eles fazem aula lá pra complementar".
 

No mesmo estabelecimento da creche, ocorrem as atividades do projeto
(Foto: Clara Tadayozzi)
 
 
Uma das salas nas quais são conduzidas as oficinas culturais (Foto: Clara Tadayozzi)

 
Tibiriçá pode ser afastado da zona urbana de Bauru, porém, não deixa de ser um bom lugar para se viver. Muito embora alguns possam considerar como distante, pequeno e sem oportunidades, o distrito tem base sólida e infraestrutura definida. Luís Campo, de 81 anos, nasceu e foi criado em Tibiriçá, e quando questionado sobre o seu apreço pelo local, é taxativo: "Não troco por nada no mundo!". Sobre a qualidade de vida, comenta ainda: "Muito boa. Não tem do que reclamar aqui".
 
 
Luís Campo e sua esposa, Terezinha Campo, adoram Tibiriçá (Foto: Ariádne Mussato)

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Horta Comunitária: um tesouro do Geisel

Muito verde na mesa, com preços acessíveis e tudo plantado com amor


Gabriel Andrade
Lívia Reginato


Na foto, "Seu Mário" - um ícone da comunidade - vende verduras fresquinhas a Dino, morador do bairro há 36 anos (Foto: Lívia Reginato)


A horta comunitária do Geisel existe há 33 anos e é a primeira horta comunitária de Bauru. Um tesouro dessa comunidade que mantém as mesas verdes com produtos orgânicos, colhidos na hora e com o preço muito abaixo dos preços de mercado.

Mário Passeto, "Seu Mário", com 84 anos de idade, terá 22 anos cuidando da horta em novembro deste ano. Os moradores são unânimes: "Todo mundo conhece o Seu Mário, ele planta tudo com amor" – conta uma moradora. O senhor exibe uma saúde que muitos jovens invejariam, é outro benefício da horta: proporcionar uma atividade terapêutica e saudável aos aposentados do bairro.

Ao som dos passarinhos, Seu Mário nos conta que os canteiros são divididos entre os aposentados e que, há 30 anos, a divisão era feita por famílias, porém essa forma de organização mudou recentemente. Para ele, estar em contato com a terra é uma terapia que ajuda a manter corpo e mente com saúde, já que na juventude era agricultor e sempre passou a vida mexendo com a terra.

"Já trabalhei em fazenda e nunca mandaram eu voltar para trás, porque eu sabia o que eu fazia, eu levantava cedo de madrugada ia buscar vaca no pasto, era sempre corrido viu, já plantei café, mamona, milho, eu fazia tudo, eu sei como é que faz até hoje", relembra Seu Mário.

Ele conheceu a horta quando se mudou para o bairro e comprava verduras lá. Percebeu que os canteiros estavam precisando de cuidados e passou a ajudar. Sua rotina diária, desde então, começa ás 6h da manhã e segue até as 11h, o horário de seu merecido almoço.


Com saúde de jovem, dá sua lição para se chegar assim aos 84 anos: "Não pode fazer muita extravagância, nunca perdi uma noite de sono, até hoje 5h da manhã eu acordo, sem despertador". Ele ainda aconselha dormir bem, não beber ou fumar e nem comer demais (Foto: Lívia Reginato)


Dino de Matos, morador do bairro há 34 anos, fala sobre a horta: "Faz, mais ou menos, uns 8 anos que eu compro aqui. A importância da horta para o bairro é a qualidade e preço, para você ver, eu compro 1 ou 2 reais, e compro almeirão, cheiro-verde, outra verdura qualquer que se você for na feira ou no mercado é o triplo do preço. Então, a horta para os moradores é super importante, mesmo porque a gente vê o cuidado que eles têm, como eles zelam, como eles fazem... E também tem até o fator nutritivo, temos uma alimentação melhor". Dino faz questão de frisar: "Se não tivesse ela, para mim e para o bairro seria mais difícil ter uma alimentação mais saudável". Comprar na horta, é, segundo ele, um hábito de família: "Quando não é eu que venho, é meu pai ou meu irmão".

 
Selma, moradora do bairro, comenta: "Todos os bairros deveriam ter uma dessa, outro dia veio uma mulher do Vista Alegre comprar aqui, porque lá não tem" (Foto: Lívia Reginato)


Selma Armati, que mora na rua de baixo da horta, diz: "É muito importante porque aqui é tudo sem agrotóxico, tudo limpinho, eu venho direto e compro pouquinho, para vir buscar dia sim, dia não" e "é muito boa essa horta, faz 36 anos que eu moro aqui". Ela brinca: "O seu Mário é o que o mais trabalha", ao que seu Mário rebate: "Eu não sou melhor que os outros não, eu só faço com amor". "É muito bom, gente! Sempre verdura fresquinha, sempre bonita!", a moradora festeja com um sorriso ao exibir na mão um grande ramo de almeirão.

Vila Independência é um pedaço do Japão em Bauru

Delimitada pelas ruas Felicíssimo Antônio Pereira e avenida Castelo Branco, a Vila Independência tem diferentes aspectos culturais


Daniele Fernandes
Mariana Cajado
Marina Debrino

Thábata Lima


Sede da Igreja Tenrikyo em Bauru fica bem no centro da Independência
(Foto: Daniele Fernandes)
 

Imigrantes japoneses, em busca de condições favoráveis para suas plantações, encontraram nas abundantes águas do córrego Água do Sobrado um lugar ideal para se instalarem, segundo historiadores. Em 1931, tem início a fundação da Vila Independência. Tradicional na cidade, o bairro residencial se mantém autônomo com a economia estruturada no comércio. A população local tem acesso a escolas públicas, postos de saúde, e vibra com o Indepa, o tradicional time de futebol amador do bairro e a recém criada Escola de Samba da Vila Independência. "O pessoal gosta e a molecada mais nova é bem entrosada nessas coisas", afirma Fernanda Arieta, presidente da Associação de Moradores do bairro. Ela conta que a entidade promove cursos profissionalizantes, aulas de ginástica, capoeira e festas para a comunidade – sendo o baile da terceira idade, realizado semanalmente há mais de 30 anos, o mais conhecido e frequentado.

 
Inscrições em japonês na entrada da Igreja Tenrikyo (Foto: Daniele Fernandes)

 
Mesmo com o desenvolvimento do bairro, a cultura japonesa não se perdeu. Mostra-se presente em restaurantes, comércios e, principalmente, na religião. A Sede Brasileira do Templo Tenrikyo foi construída em Bauru com o esforço e dedicação dos seus fiéis no ano de 1951. O terreno foi cedido pelo reverendo Chujiru Otake, superintendente do missionamento no Brasil. Todas os templos têm sua estrutura construída em direção à sede mundial que fica na cidade de Tenri, no Japão.
 
 
Missionário Almir Massuda segue a religião desde o seu nascimento. Ele explica que a Tenrikyo está aberta a todos, e não só à comunidade japonesa (Foto: Daniele Fernandes)

 
O missionário Almir Massuda conta que a religião não descende de outras e foi originada a partir dos ensinamentos recebidos de Deus por Miki Nakayama, chamada de Oyassama ou Grande Mãe, que viveu uma vida considerada modelo por 50 anos. Os seguidores acreditam no Deus Parens, o qual engloba as figuras paterna e materna. Massuda explica a crença num retorno do espírito e não na morte da maneira ocidental, sendo o corpo físico emprestado para a evolução do ser. "Precisamos rezar para limpar as poeiras espirituais, ou seja, sentimentos e atos ruins, que nos impedem de sermos felizes", completa. De acordo com ele, os ensinamentos pregam que, para o crescimento espiritual, deve-se seguir a vida modelo de Oyassama sempre buscando fazer o bem ao próximo. Ele também destaca que é essencial o culto aos antepassados, à Grande Mãe e ao Deus Parens, além de acreditar que os problemas são consequências de más ações e devem ser encarados a fim de se evoluir.

 

Jardim oriental que representa um pouco do Japão no bairro (Foto: Daniele Fernandes)
 
 
"Nós realizamos orações diárias, às seis da manhã e da tarde e, em todo segundo domingo do mês, fazemos uma grande celebração da qual todos os dirigentes e fiéis dos outros templos participam", conta Massuda, destacando que qualquer pessoa pode se tornar um missionário, mas para isso deve passar por processos de aprendizados sobre os ensinamentos e dogmas e ir ao Japão para completar a formação.

Vila D'Aro, Vila Giunta, Parque Fortaleza… É tudo Independência!

Comércio da Castelo Branco se divide entre as melhorias feitas pela prefeitura e problemas econômicos ou de violência. Bem abastecida de postos médicos e linhas de ônibus, a região sente falta de policiamento e de estabilidade econômica

 
Fabrício Furlan Innocencio
Lucas Altimari Piccolo
Samir Bueno Abdalla
 

Placa no início da avenida Castelo Branco (Foto: Samir Abdalla)

 
O comércio popular é atividade notória da avenida Castelo Branco, via importantíssima de Bauru, que corta a Vila Independência. Quem passa por lá nota o grande movimento de carros e ônibus, o que favorece em muito a atividade comercial da área. Para acompanhar o desenvolvimento comercial das proximidades, a prefeitura vem investindo em melhorias na saúde e nos transportes públicos.
 

Em horários de pico, esse trecho está sempre congestionado (Foto: Samir Abdalla)
 
 
Logo no começo, encontra-se a bicicletaria Bike Sport, do experiente Amauri, 61 anos. O estabelecimento é muito conhecido por toda a redondeza, devido às suas “bicicletas diferenciadas”, como define o próprio Amauri. Há mais de vinte anos situada no começo da avenida Castelo Branco, a bicicletaria é a única do tipo que mantém as portas abertas já há bastante tempo.

 
Uma das "modificações" de Amauri (Foto: Samir Abdalla)
 
 
Diferentemente da bicicletaria, os outros comércios da avenida enfrentam queda nas vendas: “É assim mesmo. Mexe no bolso do consumidor, ele vai procurar o medicamento mais barato, deixa de comprar outros…”, reflete Ramiro, 38 anos, dono de uma farmácia. Assim como ele, Cristina, proprietária da padaria Pan Belle há 24 anos, fala sobre a queda nas vendas. Ao ser perguntada sobre a situação atual, responde: “É a Dilminha, né? Porque se aumenta o preço da farinha, tudo fica mais caro, e o pessoal compra menos”. “A última vez que vivemos algo assim foi com o Collor”, lembra Cristina.

Além da queda nas vendas, os proprietários reclamam da falta de policiamento na região. O número de assaltos vem crescendo muito. Segundo os comerciantes, as rondas policiais são escassas, o que abre espaço para os criminosos atuarem. Tanto Ramiro quanto Cristina se veem obrigados a investir em segurança privada. Miriam, 46 anos, funcionária da loja de peixes e animais marinhos Aquamundi, afirma que o estabelecimento já fora assaltado durante uma madrugada.
 
 
Peixes em um aquário da AquaMundi (Foto: Samir Abdalla)


Mesmo com os problemas enfrentados pelo comércio, a avenida Castelo Branco se mantém forte nessa atividade. A proximidade com o centro da cidade é fator positivo, como considera Ivo, 61 anos, dono da Companhia dos Pisos, e os investimentos públicos são reconhecidos pelos proprietários. É notável a melhoria nos serviços de saúde e na infraestrutura do bairro. A Unidade de Pronto Atendimento, inaugurada há alguns anos, é muito elogiada pelos moradores. “Hoje em dia está muito melhor. Há uns três anos, eu não diria isso”, avalia Miriam.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Uma parte à parte de Bauru

A Vila Falcão muitas vezes é vista como uma outra cidade dentro de Bauru


Larissa Caliari
Isabela Holl
Juliana Gonzalez
 
Sede onde funciona a subprefeitura regional da Vila Falcão (Foto: Larissa Caliari)


A Vila Falcão é um dos bairros mais antigos de Bauru, nasceu como um aglomerado de casas próximo à linha do trem e não era integrado à cidade. Para que a população não precisasse se deslocar até a cidade com muita frequência, desenvolveu-se um grande setor comercial, que ainda hoje continua sendo a principal atividade econômica da Vila. Além disso, o bairro é autônomo no que se refere aos serviços prestados à população, já que tem postos de saúde, agências bancárias, áreas de lazer e demais atividades essenciais.

Apesar de não faltar serviços para a população, esses equipamentos urbanos não são muito bem distribuídos. De acordo com Letícia Sartori, moradora do bairro, existem algumas discrepâncias em algumas áreas, como por exemplo na rua Bernardino de Campos. Por essa rua passam vários ônibus e a iluminação é ótima, mas não é asfaltada a partir de certo ponto. Letícia Sartori também conta que alguns lugares não são seguros para caminhar durante a noite, por falta de iluminação nas ruas.


A Biblioteca Ramal atende a população do bairro, principalmente jovens estudantes
(Foto: Larissa Caliari)


A biblioteca do bairro fica ao lado da Subprefeitura da Vila Falcão (Foto: Larissa Caliari)


No bairro há várias opções de atividades culturais e esportivas. Há a Biblioteca Ramal, que se localiza junto com a Subprefeitura e é aberta ao público para a visitação e para o empréstimo de livros. Também tem o estádio distrital (Padilhão), a quadra sede da escola de samba Mocidade, que foi campeã várias vezes do carnaval bauruense, e o estádio do Noroeste (time de futebol profissional de Bauru). Além disso, o bairro conta com quadras, academias ao ar livre, praças e a tradicional quermesse que acontece todos os anos na Paróquia São Benedito. Essa festa atrai a população da cidade toda.

Existe um sentimento de pertencimento por parte dos moradores com relação ao bairro. A população da Vila Falcão tem orgulho de morar lá. Isso se deve principalmente ao histórico da antiga escola de samba Mocidade, que foi vencedora muitas vezes e desenvolveu uma certa rivalidade com a escola Camisa Dez, do bairro Bela Vista. Segundo Daniel, secretário da subprefeitura da Vila Falcão que já morou nos dois bairros, também há uma "rixa" com relação aos times de futebol desses bairros.

A população da cidade de Bauru e as de outras cidades da região também fazem o movimento da Vila Falcão. As pessoas são atraídas, na maiorias das vezes, pelo Hospital Manoel de Abreu, e pelos estádios, tanto o Estádio Padilhão, onde ocorrem os campeonatos amadores de futebol, quanto o Estádio Alfredo de Castilho, o maior da cidade.